Apartado
Dói a dor do parto no quarto
Mas quando ele parte não dói não
Me contorço em meu inferno eterno
No rasgo do meu céu solidão
Das Dores, Da Lua, Das Neves, Darluz
Grades em contos de fadas não faz jus
Dei Maurício, dei José,dei João dei Maria
Não tenho a morte, nem a vida, só a noite e o dia
Na luz vermelha do sinalou no escuro do eclipse
Nem me lembro em cada adeus,
Na despedida o que eu não disse
Vou sem emprego, sem enredo
Só conto nomes em meus dedos BIS
Vou sem diploma e sem medo
Eu me mutilo e não arrependo
No meu mundo no seu giro
Sempre volta Altamiro
No abismo de seus braços
Sem pensar sempre me atiro
Dei Salomé, dei Vinícios, Agenor
Um dos meninos me disseram é doutor
Mas não me importa, o que sejam onde estão
Nem Ramiro, Juralice, Conceição
Isso tudo não é de hoje
Olha só como é que é
No final ao pé da cruz
Onde estava o pai josé?
Vou sem emprego, sem enredo
Só conto nomes em meus dedos BIS
Vou sem diploma e sem medo
Eu me mutilo e não arrependo
E cada parte cada filho
É sempre parte da volta de Altamiro
No meu peito, do meu leite
Eu fiz pão, fiz malícia
A pestinha que o mamou
Deu trabalho a policia
E agora vem juiz radio e televisão
Vem junto, Deus, Diabo, analista e camburão
Muitas vozes na cabeça me cobrando explicação
Quebro tudo me desligo,desconheço o perigo
quando acho que acabou, volta o traste do Altamiro
Odair Dias
Inspirado no texto Darluz de Marcelino Freire