Apartado

Dói a dor do parto no quarto

Mas quando ele parte não dói não

Me contorço em meu inferno eterno

No rasgo do meu céu solidão

Das Dores, Da Lua, Das Neves, Darluz

Grades em contos de fadas não faz jus

Dei Maurício, dei José,dei João dei Maria

Não tenho a morte, nem a vida, só a noite e o dia

Na luz vermelha do sinalou no escuro do eclipse

Nem me lembro em cada adeus,

Na despedida o que eu não disse

Vou sem emprego, sem enredo

Só conto nomes em meus dedos BIS

Vou sem diploma e sem medo

Eu me mutilo e não arrependo

No meu mundo no seu giro

Sempre volta Altamiro

No abismo de seus braços

Sem pensar sempre me atiro

Dei Salomé, dei Vinícios, Agenor

Um dos meninos me disseram é doutor

Mas não me importa, o que sejam onde estão

Nem Ramiro, Juralice, Conceição

Isso tudo não é de hoje

Olha só como é que é

No final ao pé da cruz

Onde estava o pai josé?

Vou sem emprego, sem enredo

Só conto nomes em meus dedos BIS

Vou sem diploma e sem medo

Eu me mutilo e não arrependo

E cada parte cada filho

É sempre parte da volta de Altamiro

No meu peito, do meu leite

Eu fiz pão, fiz malícia

A pestinha que o mamou

Deu trabalho a policia

E agora vem juiz radio e televisão

Vem junto, Deus, Diabo, analista e camburão

Muitas vozes na cabeça me cobrando explicação

Quebro tudo me desligo,desconheço o perigo

quando acho que acabou, volta o traste do Altamiro

Odair Dias

Inspirado no texto Darluz de Marcelino Freire

Odair Dias
Enviado por Odair Dias em 16/05/2011
Reeditado em 27/07/2011
Código do texto: T2973660