A cabocla dos pés encardidos.

Unhas encardidas, puídas, fingidas,

querendo rasgar as peles que protegem a alma,

querendo rir até o peito se esfolar de vez,

querendo ir até a morte pedir perdão.

Linda cabocla dos pés encardidos, moídos,

cheiro de fronha suada, surrada, decapitada,

seus decotes de gueixa louca não dão moleza pra ninguém,

vem pra cá que aqui a coisa rola de vez.

Saia rodada, jeito de menina, corpo do entulho de cabaré,

vontade de engolir você de uma vez só,

antes tarde do que nunca, do que sempre, do que sei lá,

ainda pego você e fugimos juntos pro inferno.

A mesa já está posta, desossada de fato,

as pessoas pouco riem de si mesmas, o que dirá da gente,

o gozo ainda está um tanto áspero, pera aí que já volto,

tchau, tchau, baby.

Te esperei nas frieiras do medo, sem resposta,

te quis nos requebros da fé, dancei,

te fiz nos gomos surrados do desejo, surtei,

volta pra mim e tudo vai ficar legal.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 12/05/2011
Reeditado em 12/05/2011
Código do texto: T2965450
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