Os Iludidos do Bordel
Pra que se sacrificar se não vai ser pra sempre
Pra que insistir em recomeçar se o fim só acontece uma vez
Tantos passos a esmo, tantos corpos, tantos países
Já cansei de mudar se sendo outro, nem sou eu mesmo
Dias e noites, vinte e quatro horas nada outra vez
É estranho o que eu trago de fora
O mundo gira e eu estou estacado aqui
Tragos e goles e infinitos de dúvidas explodem em mim
E eu olho a arte por dentro, como tudo que é
O que não vale, e o que vale uma cifra!
Quem vai decidir?
O poder não corrompe
Mas dizem que assim é
Pra justificar o que querem fazer
Parei de pensar, parei de sentir
Pra que revolucionar se nada é pra sempre!
Pra que insistir se os governos mudam
E tudo em outra propaganda continua sendo o que sempre é
Miséria e injustiça vão sempre existir...
A humanidade é desumana?
Os fatos dizem que é.
Se ocultam atrás de grades, muros e redes
Que não conseguem prevenir
De ser o caos que sempre são que sempre serão
Há tempos parei de pensar, parei de sentir
E é em vão escrever o que eu não posso impedir
É em vão cantar essa canção outra vez
Tão em vão quanto tentar insistir em existir.