O mais novo passageiro.
O tempo é rendeiro, nunca é inteiro,
desarma a razão, desvia do coração,
faz a paixão de gato e sapato,
transforma o sonho num infinito parto,
num infinito parto.
O tempo é arteiro, é feiticeiro,
devora conceitos, desnuda o certo,
faz a gente se flagar menino,
pra sempre.
O tempo é cinzeiro, é hospedeiro,
leva a cabeça para um vôo cego,
faz a descida virar subida,
transforma o nosso maior fôlego em pó,
em pó.
O tempo é fagueiro, é trapaceiro,
fica dando bote o tempo inteiro,
quando achamos que conhecemos a sua alma
descobrimos que é nosso mais novo passageiro,
o mais novo passageiro.
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