Voltando da guerra.
Depois de tantas guerras, volto feliz.
Suor misturado com fuligem, corpo moído até na alma,
até depois da alma.
Sabe lá Deus o que tive que fazer,
sabe lá Deus o que tive que vencer,
sabe lá Deus quem tive que vencer.
sabe lá Deus, sabe lá Deus.
Dia e noite lutando, massacrando, esmilgalhando,
a lua e o sol acabaram virando uma coisa só,
esqueci de comer, de me lavar, de amar,
esqueci de tudo, até de mim,
até de mim.
Olho para trás e vejo o rastro desta guerra sem fim.
Corpos fazendo a festa dos abutres,
restos de casas, de cidades, de mundos, restos de tudo,
restos de agora, nada,
restos de agora, tudo.
Diana,
Nair,
Maria Luisa,
Lais,
Rita,
Ivone,
Sonia,
Márcia,
Ligia,
Viviane,
Ruth,
Nick,
Tuti,
Verônica,
talvez tantas mais,
talvez tantas menos, não importa.
Cada uma delas fez gozar,
fez voar,
fez cirandar,
fez entorpecer,
fez aninhar,
fez amar,
fez enlouquecer,
fez sangrar,
fez cicatrizar. Fez cicatrizar.
Cada uma delas está cravada na minha pele
feito aquela marca que se faz no gado,
pra nunca mais sair, nunca mais tirar.
Cada uma delas está atrelada aos meus sonhos
feito guizo que geme ao mais leve sussuro.
A cada uma delas devo muito do meu caminhar de hoje.
Devo sim, devo sim.
Obrigado, mulheres da minha vida.
Vocês ajudaram bastante para que eu chegasse
à mulher da minha vida.
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