Meu grande amigo.

Um dia você se mandou de mim,

pegou suas malas e foi sem fim,

nem lembro mais a última vez que te vi,

você foi embora de um jeito que nunca entendi.

Aquele dia foi o pior da minha vida,

mas como tudo vira ferida,

o tempo é senhor tudo cicatriza,

a gente até esquece do que mais precisa.

Você foi um grande amigo, sabia,

não tinha porta fechada, nem mal dia,

o teu ombro estava sempre pronto pra mim,

e eu mal sabia que tudo acabaria assim.

Quem te levou não pediu licença,

nem quis saber se estava na minha hora, que pena,

mas essas coisas não são como a gente pensa,

e mostram como a nossa alma é pequena.

Hoje cada vez tenho menos saudade,

cada dia você vai mais longe, cada dia a dor menos arde,

essa é a lei da vida, que posso fazer?

Não adianta lamentar, o caminho é esquecer.

Mas hoje tudo isso acordou diferente.

Aquele cara tão distante, está vivo do lado,

trouxe seu cheiro, seu brilho, seu abraço amado,

trouxe seu colo, sua alma, seu corpo presente.

Meus olhos ficaram chuvosos, como isso dói,

uma coisa forte que nunca senti, como corrói,

de repente volta tudo aquilo que estava sumindo

o que estava tão longe voltou pra mim sorrindo,

voltou pra mim sorrindo.

Um dia os nossos barcos vão atracar no mesmo cais,

vamos nos abraçar de um jeito que nunca será demais

obrigado por tudo que fez por mim, meu pai.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 11/04/2011
Reeditado em 13/04/2011
Código do texto: T2901976
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