SENZALA
Ganhei um sapato e, com este aparato,
Virei cidadão.
Deixei a senzala e na minha sala
Tem cama e colchão.
A bela mucama está na minha cama
E vai ficar lá
Depois que a sinhazinha virou nossa madrinha
Diante do altar.
(refrão)
Laiá, laiá, lá, lá lá, laiá, laiá. (bis)
Na minha rede mato minha sede e posso cantar.
Dago , Dagon, Dagombá, lá,lá lá, laiá, laiá. (bis)
Fui alforriado e este legado
Ninguém vai tirar.
Vou para o mercado, compro meu brocado,
E posso pagar.
Aquela corrente que prendia a gente
Não existe mais.
Não faço desordem, nem recebo ordem,
De um capataz.
Não vou mais pro tronco, nem me sinto tonto,
De tento apanhar.
Na minha varanda alguém bater palma
Antes de entrar.
A lei da princesa me deu a certeza
Que posso voar.
Com esta conduta mostro minha luta
Até chegar lá.