SENZALA

Ganhei um sapato e, com este aparato,

Virei cidadão.

Deixei a senzala e na minha sala

Tem cama e colchão.

A bela mucama está na minha cama

E vai ficar lá

Depois que a sinhazinha virou nossa madrinha

Diante do altar.

(refrão)

Laiá, laiá, lá, lá lá, laiá, laiá. (bis)

Na minha rede mato minha sede e posso cantar.

Dago , Dagon, Dagombá, lá,lá lá, laiá, laiá. (bis)

Fui alforriado e este legado

Ninguém vai tirar.

Vou para o mercado, compro meu brocado,

E posso pagar.

Aquela corrente que prendia a gente

Não existe mais.

Não faço desordem, nem recebo ordem,

De um capataz.

Não vou mais pro tronco, nem me sinto tonto,

De tento apanhar.

Na minha varanda alguém bater palma

Antes de entrar.

A lei da princesa me deu a certeza

Que posso voar.

Com esta conduta mostro minha luta

Até chegar lá.

Poeta dos Mares
Enviado por Poeta dos Mares em 09/04/2011
Reeditado em 14/08/2012
Código do texto: T2899164
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