Ficção

A globo cria personagem fictício pra agradar família

Maquiando o pivete de oitão na cinta

Mostra alegria burguesa em apartamento de rico

As cameras entram nos morros pra filmar mais um homicídio

Pra protagonizar mais um filme de guerra

E ser sucesso de bilheteria entre milhões da nova era

O gatilho pro fim é o crime organizado

A corrupção é a palavra mais procurada do dicionário

Tem uma pá que acha que essa vida é lucro

Querem casa, carro, comida, viver no luxo

No lixo encontra o almoço

Divide com cães o único pedaço de ovo

A sua diversão é a minha tristeza

Jogado no meio da selva, cada minuto uma incerteza

Se eu soubesse que viver, seria tão difícil

Teria me jogado da ponte ainda quando menino

Agora não tem jeito tenho que enfrentar

A mentiras dos inumanos que tentam me incriminar

Cão que late, mas não morde

Só querem uma chance de me ver parando um carro forte

Pra estourar meus miolos e jogar tudo pro alto

Ser o herói que matou mais um favelado

Palmas pro Estado, palmas pra policia

Tiraram das ruas só mais uma vitima

O ator das oito interpreta o usuario de drogas

No rio delinquente mata crianças na escola

Quando é que vão mudar a ideologia?

Não tem mais utilidade na tecnologia

Usada pra fazer guerra e alavancar pornografia infantil

O boy lucra com o site de pirataria,

Vejo rio de lágrimas a mil

Arrastando as almas no meio do gelo frio

Vendo as pessoas se calarem no país democrático

Onde pra abrir um bar de esquina espera 100 dias

É o primeiro do mundo no quesito burocrático

Também é o mais que mais morre gente por negligência clínica

O governo desvia o que quer nas notas super-faturadas

Aqui pobre pego roubando comida, leva no peito um cartucho de bala

Quem é que se importa com a gente morrendo?

O estado só quer destruição pra ver seu bolso enchendo

Pm diz que honra a farda

Mas foi fotografado no meio da favela recebendo uma mala

Uns dizem que é corrupção

Outros que é só apoio

Não importa, ta calando a boca, de todo o comboio

Eu sei que não vão me aplaudir de pé quando eu subir

Vão estar de joelhos, chorando, implorando pra mim

Não atirar na cara, pra ter reconhecimento

Quando acharem seus retalhos no meio do cimento

Caiocezark
Enviado por Caiocezark em 08/04/2011
Código do texto: T2897016
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