Pânico

A dor aqui cresce a cada instante

Até as lágrimas em São Paulo tem a cor de sangue

Rebelião pivete pula o muro

Passa no jornal deixa tiazinha em panê, ligando pro seguro

Mas não tem seguro que vá te salvar

Vejo mulecada espalhando pânico no ar

Deixando toda a cidade em estado de alarme

Já chamaram as forças armadas pra vir pro combate

E a gente só quer paz

Motivaram uma guerra pra matar e ver quem chora mais

É claro que só quem não tem dinheiro perde

As pessoas enquanto dormiam ainda faziam preces

Vi tantos morrerem, vi tantos fugir

Por uma guerra lucrativa que nunca tem um fim

As pessoas tem que roubar pra viver

Já que ninguém da emprego pra portadores de HIV

Os comentaristas se divertem com a cracolândia

A audiência que o rico dá quando passa pobre indo em cana

É diversão pra eles o nosso ódio

Mas chora e implora pra não morrer quando vamos arrancar seus olhos

A gente vê a gente escuta

Fingimos não ligar pra não ter sempre problemas com filha da puta

Queria ter uma maquina do tempo

Pra mostrar onde foi que erramos quando estávamos nos erguendo

Sem falar de sofrimento é difícil terminar uma canção

Os versos saem do rancor acumulado em meu coração

O ódio que corrói você, já matou centenas

Transmutou milhões de monstros, criou barreiras

Impossíveis de serem derrubadas

Se não nos juntarmos, não tem força as minhas palavras

Mano, você não sabe como é ter que ver

Sua mãe implorar pra você mentir porque

Seu pai não pode saber

Não, você não sabe como é acordar e ver sua mãe chorar

Pela noite passada que ela esteve tão bêbada que não pode lembrar

Eu sinto tanta angústia aqui dentro de mim

Coloco isso pra fora em forma de rima, pra quem quiser ouvir

Não precisa fugir, vai afeta sua mente te fazendo entender a real aqui

Quantos falam de amor, mas vivem com a dor dentro de sí

Quantos falam que estão bem, mas estão morrendo, consigo sentir

Me fazendo refletir, das vezes que menti pra poder sobreviver

Em mundo onde ser pobre é segundo plano, todos conseguem entender

Pra falar dos que morreram

Tem que ter a mente forte, pra lembrar dos fatos que aconteceram

Eu vejo muitos por ai, rindo a toa

Enquanto outros choram por comida, em baixo da garoa

Também já vi garotas, se vendendo por um pouco de fumaça

As vezes preferia ter nascido cego pra não ver tanta desgraça

Mas hoje em dia, ser deficiente é quase que um crime, ta ligado

Os políticos roubam um monte e pra eles não tem regime fechado

Livres como os pássaros, como as gaivotas

Eu tenho tanto pra dizer, gravado em minha memória

São cenas que muitos se matariam por ter visto

Elas me tornaram guerreiro, tive a chance de mostrar porque eu vivo

E pra ficar ainda mais triste,

Vieram com o fome-zero achando que ia melhorar

Já foram 8 anos de PT sem muito o pais se alavancar

Pra onde estamos indo?

Eles só pensam em criar CPIs

Esquecem que tem um monte de empresário falindo

Que coloca o nosso país ainda mais abaixo da lista

A tão sonhada do países de primeiro mundo

A gente não ta tão mal, mas somos tratados como imundos

Pais sub-desenvolvido é o caralho

Só se for pra você que mora em bairro de rico e tem carro importado.

Caiocezark
Enviado por Caiocezark em 05/04/2011
Código do texto: T2891986
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