Nada a ver.
O azul do infinito
Um pastél de palmito
O teu sorriso bonito
E um beijo imaginário
Eu nunca desisto
Quem sabe eu conquisto
Teu meigo veredito
Num coerente comentário.
A lagarta na roseira
A guria mais faceira
Uma lua cheia altaneira
A industria farmáceutica
Uma aversão a bobeira
E essa vida rotineira
Dessa alma cancioneira
A massagem terápeutica.
Eu jamais vou dizer
O que alguem deve fazer
E nem pretendo saber
De cometría ou estética
O que me importa é escrever
E o resto nada a ver
Eu só quero que possa valer
As regras da ética.
Não me assusta a censura
Ou o que alguem procura
O amargor e a doçura
Eu faço vir a tona
Pode até me faltar ternura
Mas nunca insiro frescura
Nos dois casos a cura
É o tanto que impressiona.