Engravatados (rap)

Vejo planeta em três dimensões,

Propina, hostilidade e falta de justiceiro.

Justiça?Essa palavra é muito usada por aqui, mas pouco aplicada.

Num lugar que se fala muito em justiça, tem poucos justiceiros...

Covardes que mais tem... Mundo de ninguém?

Mundo de covardes, fracos, ao mesmo tempo fortes de poder.

A contradição faz o povo fica sem ação...

Mas, que ação teria um povo iludido?Sim, iludido por falsas promessas.

Criadores de quimeras... Engravatados, graduados em corrupção.

Vivo num mundo sem amor...

Vivo num mundo que, não sinto mais a vontade exercer...

Aqui não tem super heróis,mas, só tem vilão, arruda eis nossa imperfeição...

Eu lamento, por favor, eu ajoelho, não sou como certos que na meia guarda o dinheiro.

O que falar das enchentes?Água já subiu, perdi meu fogão, geladeira e meu grill

Puta que pariu...

Vivo num lugar cheio de água...

Pois minha calçada parece uma lagoa...

Aqui não tem peixes, mas têm bostas e ratos, flutuadores...

Meu transporte seria ônibus ou carro...

Mas, nessa condição aqui, só se anda é de barco.

Nas margens não tem areia... Mas tem sofá e geladeira...

Tem entulho para todo lado... Aqui não é um rio, mas era pra ser uma cidade...

Engravatados que não tomam atitudes... Há se a casa deles tivesse móvel flutuando...

Seu suor indo para bueiros, descendo, como se fosse papel higiênico, como se fosse Bosta... Então o que os engravatados, doutores de injustiça, o que fariam?Com certeza tomariam atitudes.

Não deixariam sua vida desce pelo ralo...

Mas, os engravatados não sofrem, só pedem votos...

E o povo sempre cai em suas lábias.

Preciso expressar,

Preciso me adaptar,

Só não posso deixar esse verme me pisar.

Eu tenho que correr,

Só não posso me exceder,

Senão ele ataca,

Senão ele ataca,

Enfia a faca na garganta do oprimido, do opressor,

De quem estiver na sua frente, ele não mede mais esforços,

Põe a gravata, põe o terno e sai pedindo reforços,

Só eu me fodo, com a goteira, a chuva, a falta, ignorância,

E a demência que me aprisiona e me faz pedir clemência,

A toda santa que eu vejo, embora não caibam mais desejos,

Minhas velas acabaram não tenho dinheiro pra comprar,

Só resta um ódio que aprisiona e me faz querer vingar,

O meu povo... Mas não com armas nem flagelos,

Sim um grito de socorro que inflama e eu decreto,

Eu decepo o desespero das enchentes e do trânsito tem que acabar,

Eu só posso, com ouvidos, abrir olhos, minha boca

Está salgada, não é de sal, mas é de raiva,

Aqui não há passagens que libertem da tua raiva,

Da minha raiva, a qual expresso com palavras,

Na minha passeata não preciso de armas nem porretes,

Muito menos cassetetes, não preciso da agressão,

Só se for via verbal, via canal auditivo,

Pra combater o cão, o mal, o objetivo,

Não preciso jogar nem usar as mesmas moedas,

Se eles querem guerra, acabo com eles com a própria guerra,

Só com um passo, ladrão engravatado,

Meu voto ta no ralo junto com o seu pudor,

Com a sua consciência e com toda a minha dor,

Com a cor da fúria, do som e do seu medo,

Criadores de quimera, ilusionista que se entrega,

Mas não pára e nem se afeta, mas me afaga de torpor,

Já que eu vou te condenar, então olha pra minha cara!

Seu canalha, enfia no rabo e não vem pedir meu voto,

Nem abrace o meu filho e nem beije a minha mulher,

Você quer... Você quer que eu faça o que?

Mais o que? E o povo cai na sua lábia...

Renato F.Marques Ft. Henrique Galdi Quel.

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 14/03/2011
Código do texto: T2847087
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