Morfina
Estrangula minha veia, faz da insônia minha cadeia, sopra o castelo de areia
Extermina um falso alivio, me afoga em tua saliva até que o tronco nos divida
Bailarina dança com minha convulsão, amortece o coração, abre o ultimo botão
Numa Esquina, se alimenta do meu vomito, um dilatado 0lhar atônito, tão trágico e cômico
Libertina transa com minha ilusão lambe inteira a solidão nem o diabo pisa o pão
Corrosiva anestesia feminina, sem sorriso e colombina, um parasita me domina
Morfina, morfina, morfina
Morfina, morfina, morfina
Divina sempre ouve minha prece, ansiedade desconhece, a coragem adormece
Alcança a teu olhar o horizonte sem saber quem ,quando ,onde, e a lagrima se esconde
Serpentina hoje a festa e com fantasmas sem cor nem colo é tudo cinza
Latina de balanço contorcido, teu suor é aditivo, pro meu medo reprimido,
Recrimina o que é conservador, fragmenta as varias formas de amor
Severina, de um lugar não descoberto, rastro areia é tudo perto,
Rebobina outra historia o mesmo filme, outra vitória o mesmo time,
Desanima aumenta dor que vem no peito, de qualquer forma, o mesmo jeito
Morfina, morfina, morfina
Morfina, morfina. Morfina
(Odair Dias)