Olhos de cão

Olha aquele homem

Com olhos de cão

Pupilas dilatadas

Efeito da poção

Não sabe onde vai, o seu caminho e incerto

Esta so na multidão, e a cidade e deserto

Olha aquele homem

E o destino em sua mao

O obscuro e vaidade

Qualquer rumo e contra Mao

Seu atalho e uma navalha,sacerdote dos canalhas

O beco e seu altar , pro sangue na calcada

Olha aquele homem

Não sabe o que e o amor

E o rei das prostitutas

No travesseiro guarda a dor

Ele chora escondido, seu verbo indefinido

Seu cavalo de troia , seu carma de bandido

Olha aquele homem

Que dissipa na noite

Traz no corpo e na alma

O corte fundo do acoite

Não conheceu seus pais, cresceu num pardieiro

Entre loucos e santos, espinhos e canteiros

Olha aquele homem

Com olhos de cão

Inventa sua verdade

Mastiga ilusão

Tem mais de sete vidas, e não perdeu nenhuma

Pisa em brasas e flores, da estrada que ele ruma

Olhos de cão, nem sim nem não

Faca na Mao, sem coração

Olhos de cão, sem ilusão

Na contra mao

Odair Dias
Enviado por Odair Dias em 09/03/2011
Reeditado em 10/08/2011
Código do texto: T2837582