A lembrança vira monstro.
Chuva branda no telhado
Um coração acelerado
Vai remexendo o passado
E encontra o que não deve
Ela diante do meu olhar
Faz minha mente flutuar
O pensamento vai buscar
Tudo o que a mão escreve.
A madrugada se aproxima
Esse achado muda o clima
O rumo e o tom da rima
E sou de novo sonhador
Na estrada do desencontro
O jeito é esse e não tem outro
A lembrança vira monstro
Temido e devorador.
E o chicote da saudade
Sem nenhuma piedade
Invade a privacidade
De um coração amoroso
Que no seu silencio grita
Bate mais forte e se agita
Por uma moça bonita
Olhar de mel pretencioso.