FODE-SE O DESTINO
Homem, de nome dor
Parou que mirar o cálice com o antídoto do amor?
Hei homem, olhe aqui!
Não vá se afogar com pranto imaterial
Hei homem, vá devagar!
Olhe para os dois lados antes de atravessar
ali está
de um lado a razão e de outro a loucura
Mas espere, veja também o semáforo
verde para viver
amarelo para sofrer
e vermelho para morrer
Mas acalme-se, ainda tem cigarros?
Suas células ainda estão tristes?
Mas quer ficar, certo?
Poetas sábios sabem do acaso
Nossa, o que vejo ali?
Claro, é você menino
Tens o dedo no formigueiro
Ouvistes o disparo?
Foi o Papai
mamãe se foi querido
E antes que me esqueça
não foi por causa dos 19 divórcios que você deixou de acreditar no destino, certo?
Levante essa grande máquina poética rapaz!
Pare, sofrer de amor quase que não é um acaso afinal
Veja, os rouxinóis estão chegando
Vamos, pare com esse lirismo líquido
Vamos, são muitos amores a sofrer
muitos dias para tragar uísque ficcional
Olhe, já cansei desta rima pobre
Vamos embora agora.