Senhor da Paz
Um retrato de Gandhi
Um cinzeiro transbordado
A esperança no chão
que lhe diz
"Sou a última e estou morta"
Senhor da paz
Brada para os céus
"Não quero mais"
Vejo o homem
na evolução reversa
Darwin esqueceu de dizer
que a humanidade não presta
O senhor da paz
vislumbra suas garrafas vazias
O bloqueio não se foi
mas a esperança...
"Então devo matar?"
Pois pensava naquelas figuras complexas da história
"Devo me candidatar?"
Pois lembrou de quando Vinicius lhe disse sobre a fala fácil e os gestos de mão
Mas não
Não hoje
Não agora
Agora vou verter de pranto minha esperança
Vou engolir em seco minha cálida perseverança
Vou dizer, dizer que não vou
mas quando perceberem
a muito já fui
Vou comer a pomba branca no jantar.