A Colina onde o Vento se Senta
Minha canoa é feita de névoa,
O mar que a enfeitiça a induz rumar
Até onde a neblina se desfaz,
Parte... e pra onde vai o barco
Cuja essência aos poucos se refaz.
Onde será a colina onde o vento se senta e conversa com as eras?
Onde está o horizonte que alimenta o meu cais.
Talvez lá, a luz seja usada para tecer
O mar em que dorme o tempo
E que os meus sonhos querem conhecer.
É... eu acho que é lá
Que está a dormir,
Num berço de brumas
A filha do fim.
As... fadas d'oceano sopram estrelas em cada sonhos das ondas,
E conduzem minha vela até o ponto em que o céu beija o mar.
Os desenhos feitos por meu barco
Quando sigo velejando na crista do mar,
Viram cicatrizes que trago na'lma
E um sorriso órfão procurando um lar.
Ah... em que céu está o meu lugar?!
Onde está a colina em que eu posso me sentar
E conversar com o vento e adormecer com as eras.