Canto de Sol E Chuva
Será que é chuva,
Será que é sol,
Essa nuvem sobre nossas cabeças?
Essa idéia que não pára de cessar,
Nunca, jamais...
E nunca que pára
E cessa a retina
E retira o pó da cabeça
Louca,
Retirando os estragos,
Entulhos,
De todo entulho
Que se acomoda.
Chuva vem,
Lava e me deságua
Numa nuvem de pranto sozinho,
Segue destino
Procurando quem possa cuidar...
Sol que se esconde,
Boca de onde?
Querendo beijar a testa,
A fronte,
Desejo inconstante demais...
Lava, seca,
Olhos destemperados,
Acho que não vou suportar...
Que não vou mais suportar...
E se a chuva bate nesse sol
Que lava, que seca
A fronte, a testa,
Cabeça doida e revirada
E desconexa.