Mal-me-quer
Antes de colorir os planetas
Saia a colidir com a própria atmosfera
Pois todos estão à espera
De um erro que você cometa
Tampouco importa que se saque a baioneta
Que mais cabe na caixa e na maleta?
Senão a data do seu próprio aniversário?
Não há quem faça por você
Por isso tente iniciar o sonho
Com a vontade de querer
Antes de colorir os planetas
Olhe pra dentro de si mesmo
Não se usará luneta
Pra você ver que não é um terço
Daquilo que as pessoas pensam de você
Feche os olhos, por que ainda não se descobriu
Você que já pensa na primavera
E mal saímos de abril
Viva o agora
Não tente viver no escuro
Pois o futuro nada mais é
Que uma cegueira profunda
E a tua alma inunda
De incerteza e mal-me-quer
Você perde a cabeça então
Não vê que a melhor cura
Está no seu próprio coração
Antes de pensar nos outros
Pense um pouco em você
Seja egoísta ao ponto
De querer só fazer o que lhe dá prazer
E se o que segura na alma
É preconceito e intolerância
Não se afogue na própria ignorância
Abra os olhos e apure os ouvidos
Não haja como criança
O que é bom pros outros
Pra você pode ser o pior inferno
Mas, suporte até o fogo eterno
Se tudo for em nome da paz
Por que superior à guerra
É o desejo de que ela
Não aconteça nunca mais
Agora abra os olhos
Conte os estragos que você fez
Será que foi tão ruim assim
Ficar vivo mais uma vez?
Cante tudo o que gosta no mundo
Pois depois não mais o cantará
Seja original e seja profundo
Se não, não terão do que lembrar
Viva o agora
Não tente viver no escuro
Por que o futuro nada mais é
Que “não ser”.