No siencio a poesia se revela.
Na parede umidecida da minha alma
Pode se notar a infiltração da saudade
Deteriorando a pintura da minha calma
E balançando a estrutura da serenidade.
E no piso encardido dessa fria sala
Ainda percebo resquicio do rastro dela
Fico todo gelado e o coração se cala
E no silencio a poesia se revela.
Chego ouvir a vóz de quem foi a rainha
Desse recinto,hoje em ruinas e abandono
Ela partiu levando toda a paz que eu tinha
E por isso ninguem vai substituir o seu trono.
Peço desculpas aos fantasmas do meu medo
Que se divertem na parede umida e deteriorada.
Meu olhar vasculha labirintos envoltos em segredo
Uma lagrima rolando vem me avisar que é madrugada.
Uma moldura dourada já ornou essa parede
Foto da mais bela dama que exaltou o meu viver
Sorriso cor da neblina e um lindo vestido verde
Sobre o qual eu nunca vou cansar de escrever.