Noite Escura

Rio,27/11/10

Em cada esquina enxergava seu olhar,

De madrugada eu passava embriagado,

Contestava o seu modo de trajar,

E na noite semelhante escura,

Você sorria debochado para min

Nem notava que tu eras a certeza.

Da antiga o cenário, malvadeza.

Percebia a ruína de grandeza,

Quando o tempo por min passava,

Ainda enquadrado no retrato,

Amarelado na parede do meu quarto,

Desconhecendo de onde vi você.

Como um louco trovador assustado

Me guiava na avenida dos Democráticos,

Sem espera por alguém que me conhecesse,

Via o piano bar tocando a noite inteira,

O farol do baixo Leblon iluminava,

Do Arpoador ao elevado meus passos

Seguiam sem rumo descompassados,

Porque não sabia onde morava,

E o riso estridente me acompanhava,

Silêncioso sinistro sistemático,

Até que a noite finda terminasse,

E meus passos encontrassem seu destino

Os portões de grade da funerária...

Os portões de grade da funerária...

Dayanne

Dyanne
Enviado por Dyanne em 27/11/2010
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