Divino

Quase nunca vou a festa

não vejo televisão

não gosto de usar vermelho

não me banho com loção

não sei falar esperanto

conversa fiada eu não

quando durmo sonho sonho

quando acordo como pão

são judas são benedito

são cosme cristinho meu

a paixão é roupa velha

que o rato da dor roeu

passo horas só passando

como o ferro que só passa

cachaça boa eu conheço

é pelo brilho da taça

o mundo anda sem guia

making of da desgraça

road movie sem governo

ave-maria sem graça

o mal da naftalina

é a vitória da traça

o carro que eu andava

parou pra trocar pneu

a existência é um carro

na oficina de deus.

Zeca Baleiro

Tomb
Enviado por Tomb em 14/11/2010
Código do texto: T2615404
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