Flôr de Liz
No verão a companhia
que tive foi a boêmia
dos bares e botequins.
No outono as folhas secas
que meu coração rejeitam
são paixões tão passageiras
não nasceram fruto algum.
O inverno foi tão frio
que a solidão não desistiu
quis se aquecer dentro de mim
me vesti desbotado blue
peguei a estrada céu azul
violão,cançao,cabelo ao vento
embarquei no trem,rumo ao sul.
Na estação da primavera
deixo o trem com a minha sela
vou buscar a flôr mais bela
dos verdes campos do sul.
Cavalgando o ventania
vencendo morros e milhas
ao chegar lá na fronteira
passo o rio chego na aldeia
e encontro minha flôr de líz.
O sol se esconde atráz dos montes
vai tingindo o horizonte
rubra côr dos sonhos meus
sobre esses trilhos parelhos
serpenteando no veio
das ricas terras berço meu
meu pensamento vagueia
quando chegam as estrelas
e o luar do meu sertão
adormeço e em meu sonho
estou nos braços de quem amo
pisando a terra que é meu chão.