Destino, para Adoniran Musicar
É certo que a Astrude
Não é um poço de virtude
Mas a falta de candura
Sempre tem alguém que atura
Bem o disse o Nicolau
Coitado daquele moço
Se enterrou até o pescoço
Ao embarcar naquela nau
Com uma ponta de malicia
Ela só com uma carícia
Fazia em lago ameno vendaval
Astrude , ainda é setembro
Não é época de confete
Com dois ou três, se eu me lembro
Ela já virou manchete
No mês nove ela, já fez carnaval
Em barzinhos de sinuca
Tem montado suas arapucas
Dividindo os marginais
Esperando, com as panelas quentes
Nicolau se mantém crente
Que Astrude vai voltar
Mas no fundo ele sabe
Que sua faca vira um sabre
Se uns bares de sinuca,
Ele um dia visitar
Para se ter uma Astrude
Nicolau mede a atitude
Mas bota a vila a comentar
Nicolau não espere troco
Assuma logo seu enrosco