Rastro

Sei que deixei pelo chão de concreto

Uma urbana dor a percorrer

Guetos cravados em berços de vícios

Frases surradas dos velhos comícios

Pelas esquinas vadias caminham pingentes

Atrás das loucas noviças

Da noite inocente

Pelo coração

Do meu interior

Eu destilo a dor

Sou um curumim

Alma flechada pelos belos seios

Dela Mãe D'Água

Dos rios sem norteios

Não ouço o ronco das máquinas

A me consumir

Palmeiras ali plantadas

Como se fossem em mim.

Zé Nandes
Enviado por Zé Nandes em 09/11/2010
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