Embriaguez

Trago no meu peito o que sempre ouvi

Mas, o que os outros falam de ti

Ainda não escutei

De outros corações trago experiência

O que não mais é do que essência

De tudo aquilo que já sei

Quem mente, muito fere

Tanto quanto à verdade se revele

Me fará sofrer mais uma vez

Que de minha vida guardo mágoas

Do mar? Somente as suas águas

De suor da tua tez

Que mente é agigantada?

Ante a cruz, ante a espada

Foge a minha lucidez...

Trago na fala o meu jeito

A perfeição dos teus defeitos

Me fazem querer mais de mim

Pois toda estória tem seu início

Tem um grande meio e um jardim

Donde morre só o corpo

Nasce a saudade

Morre a sede, a necessidade

Do sonho da tua nudez

Que mente boba se agiganta

Toma o mar, torce a garganta

Eis a minha embriaguez