Versos não-entregues
Escrevo cartas,
que sem te entregar irei partir.
Digo palavras,
que você nunca irá ouvir.
Faço meus versos,
descarregando a minha dor.
Estou decerto,
transparecendo esse horror.
Estou sozinha,
queria só te ter aqui.
Te ver na minha,
e então te dizer:
"Esse mundo é muito pouco pra nós dois,
todos poderiam desaparecer,
e sozinhos poderíamos fingir,
que o amor é o que basta pra viver."
Crio sonhos,
onde você vive só por mim.
Vivo mais neles,
do que neste inferno que é aqui.
Estamos tão próximos,
mas ao mesmo tempo tão distantes.
Estas paredes,
mesmo que pequenas são tão grandes.
Perto da distância,
que está entre o silêncio e o dizer.
Então desca logo,
entre em meu quarto sem bater.
Me leve embora,
e bem longe daqui vamos dizer.
"Esse mundo é muito pouco pra nós dois,
todos poderiam desaparecer,
e sozinhos poderíamos fingir,
que o amor é o que basta pra viver."
(02/04/2007)