Estatuto do meu sertão.
Lá onde eu moro não tem tristeza
Porque é a beleza que predomina
Tem o sabiá e canário da terra
A lua na serra e a verde campina.
Tem ipê florido na primavera
E nada supera as lindas flores
Tem cachoeiras e as andorinhas
Muitas florzinhas de varias cores.
Tem a porteira lá na estrada
E a cavalgada no alvorecer
Muitas estrelas e a lua clara
E a beleza rara do entardecer.
Tem a siriema e a codorna
A tarde morna quando é verão
A brisa mansa balança o galho
Relva e orvalho e o ribeirão.
Lá no curral o gado muge
E o sol surge no cantar do galo
Um bezerrinho pula contente
Todo imponente relincha o cavalo.
Desse sistema eu faço parte
Uma obra de arte é o meu rincão
Sou um caipira e bem matuto
Sou o estatuto do meu sertão.