A terra brada
A terra brada
Silenciem as tantas ambições ó criaturas!
Sintam o bater do coração da terra...
Ele pulsa, brada, escreve...
Suspira, cansa mas torna a bater...
E bate, bate, bate forte!
Brada, grita, puxa... Escandaliza
Chora, berra... Exaspera-se...
Calem suas vozes roucas... Calem-se!
Ceguem seus olhos, por favor...
Vocês só vêem o horror!
Parem de ver só as esquinas e perderem de ver os horizontes!
Voltem as matas, sintam o cheiro da terra em suas mãos...
Molhem os pés no mar! Ah...
Mergulhem em uma cachoeira virgem, desabitada
Sintam a sua alma! Ela...
Pulsa, puxa, brada e grita!
Pede , implora, oferece e abraça
Seres da terra...
Escutem sua mãe!
Na gota do orvalho, ela fala meigamente...
Mas nos trovões ela manda!
Grita, puxa, chora e brada!
Márcia Poesia de Sá – 04.02.2010