Garras do Vício

Certo dia, isso fazem 28 anos, uma aluna do interior do Paraná, me mostrou um pequeno poema (sete versos) sobre solidão, e disse:

- Usa para fazer uma música.

Juntei o poema com um fato ocorrido e fiz a música, acho que não agradou, porque ninguém arriscou gravar.

(nota: Não fui, não sou e nunca serei consumidor de drogas)

GARRAS DO VÍCIO

Sentada na calçada, olhos fundos, rosto triste

Mulher de um submundo onde a vida não existe

Me aproximei ouvi sua voz de piedade

Uma mulher que não viveu sua mocidade

Por um momento, sentei ao seu lado

Contou-me a história de seu passado

Era uma vida feita de drogas

Vida posta ao desperdício

Vida presa as garras do vício

Vida de amor, amor solidão

Vida sem ter emoção

Vida de quem somente sofreu

Vida de quem não viveu.

De dentro de seus olhos rolaram lágrimas de criança

Senti que entre nós havia grande semelhança

Preso a droga eu fiquei abandonado

A solidão é o destino de um viciado

Ela também não teve carinho

Se perdeu no tempo, no seu caminho

E ficou só com sua droga

Com sua vida vazia

Só, como uma lágrima fria

Só sem carinho sem perdão

Só sem qualquer emoção

Só como alguém que sempre sofreu

Só... só como eu.

Eugenio Simioni
Enviado por Eugenio Simioni em 07/06/2005
Código do texto: T22857