CANÇÃO INFINITA

Conheci você há muito pouco tempo

pra ficar assim, lembrando toda hora,

pensando, enfim, a todo momento...

Por que você não vai embora

do maldito do meu pensamento?

Mas, como o vento, a canção continua

O seu caminho... Que vou rimar agora

se sozinho não sei ficar lá fora?

e, aqui dentro: a solidão da rua...

no contraventamento, assento e reboco;

cupim esculpe lent... Madeiramento oco!

Eu preciso é estar atento,

mas já canto como um louco

Meu grito rouco já está isento da canção...

Que deve parar, então,

e voltar, pianinha, ao refrão:

ao tom da primeira linha.

Conheci você há muito pouco tempo

pra ficar assim, lembrando toda hora,

pensando, enfim, a todo momento...

Por que você não vai embora

do maldito do meu pensamento?

Essa canção implora por um fechamento

minha garganta reclama:

do que chorar no palco, melhor chorar na cama

Eu tenho que vedar a casa,

impedir que entre água,

pra que essa não gere rima, a que já nasce mágoa

retrato do fracasso em forma de palavra

de um compositor,

que todo verso o excita

do qual nasce sempre um posterior

nessa canção, que é infinita

Andrié Silva
Enviado por Andrié Silva em 16/05/2010
Reeditado em 16/05/2010
Código do texto: T2260210