CANÇÃO INFINITA
Conheci você há muito pouco tempo
pra ficar assim, lembrando toda hora,
pensando, enfim, a todo momento...
Por que você não vai embora
do maldito do meu pensamento?
Mas, como o vento, a canção continua
O seu caminho... Que vou rimar agora
se sozinho não sei ficar lá fora?
e, aqui dentro: a solidão da rua...
no contraventamento, assento e reboco;
cupim esculpe lent... Madeiramento oco!
Eu preciso é estar atento,
mas já canto como um louco
Meu grito rouco já está isento da canção...
Que deve parar, então,
e voltar, pianinha, ao refrão:
ao tom da primeira linha.
Conheci você há muito pouco tempo
pra ficar assim, lembrando toda hora,
pensando, enfim, a todo momento...
Por que você não vai embora
do maldito do meu pensamento?
Essa canção implora por um fechamento
minha garganta reclama:
do que chorar no palco, melhor chorar na cama
Eu tenho que vedar a casa,
impedir que entre água,
pra que essa não gere rima, a que já nasce mágoa
retrato do fracasso em forma de palavra
de um compositor,
que todo verso o excita
do qual nasce sempre um posterior
nessa canção, que é infinita