A Volta
Eu vejo caminhos e ouço meninos cantarem seus hinos de paz e amor
E mesmo distantes por um instante parecem tão próximos de terem valor
Não mais do que aquele cais tão vazio que deixei pra trás
Na correnteza da vida torturada por coisas banais
Por entre a fumaça, o mofo e a carcaça do velho aeon, eu caminho feliz
E vejo o Humano fazendo seus planos mas nunca enxergando nada além do nariz
E nunca observando o mundo como um aprendiz
Tornando-se um eterno escravo das coisas que outro lhe diz
E tudo está diferente, e essa gente não quer ver
Que o sol que agora anoitece, é o mesmo do amanhecer!
Eu vejo queimadas e o fim das estradas incendiadas pela ambição
E mesmo ardentes, não matam as serpentes provenientes da transição
De mundos que o Ser Humano criou com seu poder
E que agora vêm selecionar os que verão a vida florescer!
O chão se abre ao meio, o céu brilha inteiro e surge o cordeiro que há de instaurar
Um novo aeon em que tudo o que é bom sobre o que é mal há de imperar
E o fim se torna o começo de um novo tempo perfeito
Em que não há diferenças, nem morte e nem descrenças
E tudo está diferente, e essa gente não quer ver
Que o sol que agora anoitece, é o mesmo do amanhecer!