GENTE SOFRIDA
Minha gente sofrida
Ressequida por várias espécies de fome
Em ti, a ignorância
É a fome que mais come.
Para quê tanta supertição
Cabala, incenso, astral e outro tal
Fiapo de alma triste num breve alçapão
Escape, corra logo do bicho-papão.
Se durante a enfadosa existência
Na sua desumana experiência
A vida é mero acidente de coincidência,
Há Jesus, o homem que carrega cruz
A cruz sem poesia que rima com luz.
Minha gente não seja esquecida
Lembre-se do calvário real do Rei
Que rompendo justiça e lei
Inventou nova porta e nos apontou a saída.