passatempo
Ando entre passos largos e tropeços
Entre bravos, mansos e rochedos
Numa sega direção
Ando entre pardos, brancos entre negros
Meu cavalo manco é meu brinquedo
E meu passatempo é a solidão
Moro onde um homem forte sente medo
Onde os sonhos morrem muito cedo
Onde a sorte vira uma ilusão (vida)
Olho com gigantes olhos o futuro
Carne, gelo, e sangue se misturam
E meu passatempo é a solidão
Deve ser difícil crescer fora dos muros
Ter um sacrifício a fazer por quase tudo
Ter um inimigo e vencer sem ter escudo
Ver o teto escuro e não crer no fim do mundo
Ando entre cacos trapos entre becos
Entre maços tragos entre erros
O meu passatempo é a solidão
Corro entre raros frascos entre beijos
Entre copos pratos entre os dedos
O meu passatempo é a solidão
Cresço entre os lábios jovens entre os nervos
Entre corpos fracos entre os guetos
E meu passatempo é a solidão