Meus primeiros versos foram elaborados 40 anos atrás, quando ainda tinha 12 anos e era estudante do antigo curso de ginásio. Tive a felicidade de estudar num dos melhores colégios que a Bahia já teve no passado, mas, que hoje, infelizmente, nem lembra o que já foi de importante para a educação em nosso estado, particularmente em nossa querida Salvador. Era, na época, o Instituto de Educação Isaías Alves - IEIA, que em 1971, se não me falha a memória, passou a se chamar Instituto Central de Educação Isaías Alves - ICEIA. Bons tempos aqueles que tínhamos um ensino público de qualidade e que estudar em colégio público era uma primazia e sinônimo de sucesso. Que saudade!
Estes versos compunham a estrofe de uma música que, em parceria com um colega chamado Jorge - não lembro o sobrenome - e que era conhecido como Paciência, fêz parte do festival de música estudantil daquele saudoso colégio. espero recuperar um dia toda a composição para publicá-la por inteiro.
Demonstram que a minha relação com o amor é, portanto, bem antiga, pois aos 12 anos, e já vivenciando uma paixão juvenil impossível, consegui expressar neles um sentimento que me acompanha sempre quando vivencio momentos em que perco um amor e fico a procura de outro. São versos antigos que, sinto, podem ser transportados para o presente a qualquer momento da vida.

Salvador 01 de fevereiro de 2010.


A TRISTE SOLIDÃO
 
Vou caminhando pela estrada

Sempre solitário e tristonho,


Passando e olhando a boiada,


Sem ninguém para iludir o meu sonho

 

E no meio desta solidão


Vou perdendo a esperança,


De algum dia na escuridão,


Guardar alguém na lembrança

 

Ah! Se eu tivesse


Alguém com quem sonhar,


E também se eu pudesse,


Um dia voltar a amar!

 

Mas, se o meu amor chegar


Ficarei muito contente,


Pois, de tanto amor esperar,


Sofri imensamente.

 

Então minha vida mudará,


Viverei como num paraíso,


A tristeza acabará,


E nunca mais viverei sem sentido.

 

Ah! Se eu tivesse


Alguém com quem sonhar,


E também se eu pudesse,


Um dia voltar a amar!

 

Mas, o amor por qual eu sonho,


Para mim, nunca chegará,


Pois, eu não encontro,


Alguém que eu possa amar.

 

E assim continuo vagando


Passo a passo a esperar,


Este amor que não encontro,


Mas, talvez a morte venha me encontrar.

 

Ah! Se eu tivesse


Alguém com quem sonhar,


E também se eu pudesse,


Um dia voltar a amar!

 
 
Marcelo Nunes Dantas em parceria com "Jorge Paciência"
Festival de Música Estudantil ICEIA
Junho de 1969
Marcelo Nunes Dantas
Enviado por Marcelo Nunes Dantas em 01/02/2010
Reeditado em 16/04/2010
Código do texto: T2064044
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.