GAVIÃO DO MEDO E DO AR
tarde cansada
voz dor de mim,
foi sempre assim...
gavião do medo,
galo de voar,
mora no rochedo
dono do meu ar
quando pia alto
grito de caçar
minha roça inteira
muda de lugar.
asa deste céu
bicho matador
mata a minha dor
velha de cantar
livre de coragem
força de matar
leve bem pra longe
quero andar...
cercado de moirão queimado
planto a sorte que me resta
faço o tempo dos meus dias
dar mil voltas de aventuras
no sonho do meu caminho...
rosa de beira de estrada
muda a cor pela poeira
já que a estrada cor-de-rosa
não tem dor e nem roseira
vou pegar minha viola e sair
entre as horas da tarde...
Letra: Eugenio Malta
Musica: Messias dos Santos
13/11/67