A dádiva é o momento

O momento de harmonia é o momento de crise

Como é bom saber que somos também, indgnação

Que sem direção e sem consolo, estamos

Tomados por vertigem e sendo crianças grandes

Rebeldes de causas obscuras...

O momento de haromina é o momento da cegueira

Da paixão aterradora, daquele estágio desatinado

Não somos então exatamente ou plenamente racionais

Somos gente e pessoa e não um objeto, formado...

O momento de extase de vida é quando sabemos gritar

Quando dizemos o que pensamos da lei racista

Quando não sabemos enfim que ser normal é muito chato

E que ser louco é uma dádiva de poucos...

O momento de extase de vida é o puro momento

Quando no lugar do julgamento, vive-se o curso e o caminho aberto

Não se lastima sobre a vida que a escolha tenha eliminado

Porque não se pode viver a escolha sempre por completo.

O momento de pura vida é o acontecimento

E não a reconciliação com o desejo tardio

Pois retornar ao passado é impossível

Viver pela segunda vez a mesma escolha

pode ser uma prisão perpétua

por se aquela espécie de ilusão que fomenta a dor

Somente a dor...

Somente a dor de não ser no acontecimento

Somente a dor de não ser

A vida é tudo que acontece

A dor é a culpa do vazio que ficou

A dádiva é o momento após toda decisão

A vida é tudo que acontece

A dor é o vazio que ficou

Não importa a decisão

A dádiva é o momento

troclone
Enviado por troclone em 12/01/2010
Reeditado em 12/01/2010
Código do texto: T2024932
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