Na bagunça do meu quarto

Wagner Araújo

A OBRA

Na bagunça do meu quarto posso ouvir o canto do silêncio

Madrugada igual a solidão,

Tão calma quanto os meus antepassados que descansam em algum quarteirão

Tão sinistro quanto o espaço sideral

Mas o sol ainda vai chegar, e com ele, mais algumas horas de muita agitação,

Insatisfação, realização, decepção.

Ao contrário da bagunça do meu quarto

O colírio em meus olhos, agora à noite, não fará nenhum efeito,

Pois não há necessidade em nada esconder.

E durante o dia, o brilhar avermelhado dos meus olhos não será bem visto pelos outros

Ao contrário da bagunça do meu quarto

Mas, quando a noite chegar, apesar de a empregada a tudo orgnizar

Com certeza, meu quarto, voltarei a bagunçar,

E também vou deitar-me ao chão

Meu cenário perfeito em qualquer viagem estelar

Meu território secreto

Minha casa dentro de casa

Minha liberdade do quartel social

Meu espaço, meu canto, meu celeiro, meu estaleiro...

...o maior cinzeiro!

Meu refugio do desespero

Meu canal virtual

O portal pra fugir do mal

Minha cela às descobertas

Minhas solução às horas incertas

Mas, quando a noite chegar, apesar de a empregada a tudo organizar

Com certeza, meu quarto, voltarei a bagunçar

E também vou deitar-me ao chão.

Wagner Araujo
Enviado por Wagner Araujo em 04/01/2010
Reeditado em 06/01/2010
Código do texto: T2010461
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.