Tudo por Nada

Tudo foi por nada

Mas quem iria desconfiar

Que esse amor não daria certo

Não era apenas química

Pois a carne não seria capaz

De enganar o âmago desse jeito

Queria não sentir

Mas se tornou inefável demais

Pra esquecer...

O laço que nos uniu

A força que nos fez

A emoção intraduzível

De nos tocar pela primeira vez

Sinto dor

E lembro uma vez mais

Do começo ao fim...

Eu só queria ter forças para conjugar

A saudade em silêncio

Mas gostar é uma ciência complexa e inexata

Sem fórmulas e cheia de segredos

Saudade: loucura e lucidez

Transforma tudo lentamente

No inverso tão depressa por demais

Íntimos são estranhos outra vez

Mas mesmo assim não dá pra compactar

O sentimento pelo tempo que durou

Porque memórias é a dureza que existe

Por tudo resistir depois do fim...

De culto em culto

De pacto em pacto

Calado, arranho o madeiro

De olhos fechados

Deixo que as mãos guiem

Impaciente os meus sentimentos

O sangue escorre das unhas

Não tenho ninguém pra conversar

O corpo umedece de suor

Em depressão outra vez

Mas em fim eu consegui mais uma vez

Talhar na madeira sua imagem outra vez

Te colori com minha tinta rubra uma vez mais

Em depressão outra vez

Porque de nos só restou à obra

Que de mim nasceu que por ti se fez

Já que das promessas só são saudades que ficou...

Site Franklin Mano
Enviado por Site Franklin Mano em 23/12/2009
Reeditado em 23/12/2009
Código do texto: T1993207
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.