Mãe desnaturada.
A saudade fez um ninho
Num galho da minha alma
E nele tem dois filhotinhos
E está me roubando a calma.
O nome de um é desprezo
Faz barulho desde cedinho
De tanto comer está obeso
E sufocando o seu irmãozinho.
Que por sua vez não fica quieto
O nome dele é abandono
E seu passatempo predileto
É perturbar o meu sono.
E a mãe desnaturada
Com o alimento atraza
E é uma confusão danada
O meu coração vira brasa.
Quero que uma ventania
Quebre o galho que está o ninho
E fujam da minha poesia
Esse feiosos filhotinhos.