Conversa Insana
Em se tratando das coisas,
Das coisas do mês de abril,
Não revele detalhes ao jornal
E não fale meu nome a ninguém.
Não queira que eu seja um arauto,
É inútil me dar a bater.
O que eu vejo qualquer um pode ver,
É questão de querer enxergar;
Fizeram tudo errado desde o começo,
Não pensaram em regenerar.
Agora pede que eu fale no rádio
O que eu comentei com você.
Como quer que eu diga no ar,
Se depois pedem provas?
Provas eu não tenho a dar.
Não retiro o que disse, mas outros sabem também;
É que ficam calados,
O silêncio a eles convém.
Você vem com essa conversa insana de televisão,
Tentando me convencer;
Hoje não faço barulho
Nem penso em virar retalho outra vez;
Depois tudo passa e o meu nome
É que fica suspenso que nem uma rês
Pronta pra expiação.
Não mereço este fardo,
Não estou para o abate,
Eles saem ilesos,
E eu não salvo ninguém.