ALERTA AMAZÔNIA

ALERTA AMAZÔNIA

Deslizado mansamente

sobre o mar de água doce

eu me sinto como se fosse

um nativo deste lugar.

Neste Estado-continente

há gigantes centenários;

o uirapuru que é lendário

em seus galhos vem cantar

Em meio a tanta beleza

vejo árvores derrubadas;

são estrelas arrancadas

da noite azul do meu país.

Sinto uma grande tristeza

por não fazer quase nada

enquanto os reis da invernada

na selva avançam cada vez mais.

Homens nobres se põe em defesa

da floresta, da fauna e da flora,

denunciando a erosão que devora

fertilidades do chão brasileiro.

Morrem Ruschi’s pela natureza;

matam Chico’s lá nos seringais;

Lutzenberger’s choram os areais

que se formam no Brasil inteiro.

De queimadas em queimadas

restam só os troncos secos

que repetem os tristes ecos

do lamento dos vendavais.

Latifúndios são criados;

nos pulmões do mundo cresce

o câncer negro do interesse

de meia dúzia de chacais.

Cuidem bem, expectadores,

tem ladrões de bola em campo

que disfarçam-se de santo

e estão jogando para vencer.

Mas de hábeis defensores

são milhões os alistados

que, se alertas e bem treinados,

vão jogar para não perder.

que não se engracem os de lá.

nestas plagas não se toque

desde as águas do Oiapoque

os donos natos somos nós

desde o Estado do Amapá.

Na Amazônia brasileira

ergueu primeiro a bandeira

o povo indígena e seus avós.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 05/10/2009
Reeditado em 25/06/2011
Código do texto: T1848680
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