ALERTA AMAZÔNIA
ALERTA AMAZÔNIA
Deslizado mansamente
sobre o mar de água doce
eu me sinto como se fosse
um nativo deste lugar.
Neste Estado-continente
há gigantes centenários;
o uirapuru que é lendário
em seus galhos vem cantar
Em meio a tanta beleza
vejo árvores derrubadas;
são estrelas arrancadas
da noite azul do meu país.
Sinto uma grande tristeza
por não fazer quase nada
enquanto os reis da invernada
na selva avançam cada vez mais.
Homens nobres se põe em defesa
da floresta, da fauna e da flora,
denunciando a erosão que devora
fertilidades do chão brasileiro.
Morrem Ruschi’s pela natureza;
matam Chico’s lá nos seringais;
Lutzenberger’s choram os areais
que se formam no Brasil inteiro.
De queimadas em queimadas
restam só os troncos secos
que repetem os tristes ecos
do lamento dos vendavais.
Latifúndios são criados;
nos pulmões do mundo cresce
o câncer negro do interesse
de meia dúzia de chacais.
Cuidem bem, expectadores,
tem ladrões de bola em campo
que disfarçam-se de santo
e estão jogando para vencer.
Mas de hábeis defensores
são milhões os alistados
que, se alertas e bem treinados,
vão jogar para não perder.
que não se engracem os de lá.
nestas plagas não se toque
desde as águas do Oiapoque
os donos natos somos nós
desde o Estado do Amapá.
Na Amazônia brasileira
ergueu primeiro a bandeira
o povo indígena e seus avós.