O Dia da Cegueira

(Ítalo Duarte / Danilo Duarte)

“Um dia, como que se fosse uma epidemia,

todo o mundo numa cidade cegou”

Ref

O dia que a cidade cegou

O dia que a cidade cegou

Até Doutor Chico Xavier não viu o vulto que passou

Até Doutor Chico Xavier não viu o vulto que passou

Primeiro o taxista cegou

Depois foi a dona do bar

Depois o comandante Frasão

Cegou quem tava no ar

Depois o engenheiro civil

E o doutor nunca mais viu

Até o padre que tava no altar

Não viu o santo que sumiu

Ref

O português da padaria

O professor universitário

Depois o diretor do IBAMA

Cegou o próprio canário

A mãe do garotinho Roberto

Cegou um rapaz que tava perto

Até o pai de santo no terreiro

Baixou o santo incerto

Ref

Depois cegou o bombeiro

Cegou também o presidente

Depois cegou o delegado

Prendendo um pobre inocente

Depois cegou o deputado

Cegando os assessores do lado

Até o pastor da Igreja Universal

Expulsou o demônio errado

Ref

Cegou o rapaz do picolé

Depois cegou o cobrador

Cegou também o maquinista

E o trem descarrilou

Cegou também o motorista

Causando um estrago na pista

Até o homem-bomba que cegou

Explodiu a própria mesquita

Ref

Cegou a caixa do mercadinho

Dando um prejuízo danado

Cegou o oculista deixando

O paciente cegado

E no quartel cegou o soldado

Cegou o cidadão assaltado

Até de trás daquela nuvem branca

Ta tudo embaçado

Ref

Estúdio Box e Azulejo
Enviado por Estúdio Box e Azulejo em 25/09/2009
Reeditado em 27/09/2009
Código do texto: T1831803
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