ENSAIOS
Acordo pela manhã
E saio pra trabalhar
Vou de ônibus ou a pé
Vou voando, até...
Na rua,
Vejo caras brancas espectrais
Mas nenhum sorriso nesssas bocas iguais
Nesses olhos parados e sem emoção
Pessoas atravessam a rua em multidão
Correm pelas calçadas sem ver o sol
Nascer
Nascer
E um homem,
Vindo me abordar, me dá um beijo longo
E eu tão assustado, pergunto pra ele:
Meu amor, quem é você?
Quem são vocês?
Um povo sem nome, sem identidade
Se objetivos ou qualquer qualidade
Não correm atrás de nada
Não vivem a favor de nada
E eu busco na vida um sentido pra mim
Eu olho pra céu tentando ver o meu fim
Porque todo o começo é a cópia original
Do fim
E um dia vai
Imitando o outro, sem nada de novo
Café da manhã, geleia e pão com ovo
Beijo a mulher e abraço as crianças
E sigo em frente no meu novo ensaio
E um homem,
Vindo me abordar, me dá um beijo longo
E eu tão assustado, pergunto pra ele:
Meu amor, quem é você?
Quem são vocês?
Um povo sem nome, sem identidade
Se objetivos ou qualquer qualidade
Não correm atrás de nada
Não vivem a favor de nada