SAMBA DO PELADEIRO
A tarde sai na várzea
O sol pós meio dia
Indica que será
Uma furiosa partida
Poeira em meio a ginga
Drible de corpo em corpo
E a bola na cabeça;
Da cabeça pra baliza
Eu acho que a vida esta se confirmando
Em cada passe longo,
Em cada toque curto
A tarde cai na várzea
Trila o apito e irrita
Que estava atrás no escore
E quem na frente, regojiza.
E hora da gelada
Irmã assim da batucada
Que apazigua ânimos
E torna novos amigos
Eu acho que a vida é eterna pelada
Batalha efervescente
Depois cerva gelada
E se amanhã no novo dia
Há de ter nova monotonia
Buzina, anunciando o batente
Semana cheia em agonia
O chefe com rosto amarrotado
O coletivo fedorento atrasado
E o povo todo amontoado
É a procissão dos desvalidos
Eu acho que a vida me guarda um consolo
Vai ter outra pelada, sábado
No alto do morro.
"Uma homenagem a este povo brasileiro que diante da luta diaria consegue achar forças pra alegria da vida"