SAMBA DO PELADEIRO

A tarde sai na várzea

O sol pós meio dia

Indica que será

Uma furiosa partida

Poeira em meio a ginga

Drible de corpo em corpo

E a bola na cabeça;

Da cabeça pra baliza

Eu acho que a vida esta se confirmando

Em cada passe longo,

Em cada toque curto

A tarde cai na várzea

Trila o apito e irrita

Que estava atrás no escore

E quem na frente, regojiza.

E hora da gelada

Irmã assim da batucada

Que apazigua ânimos

E torna novos amigos

Eu acho que a vida é eterna pelada

Batalha efervescente

Depois cerva gelada

E se amanhã no novo dia

Há de ter nova monotonia

Buzina, anunciando o batente

Semana cheia em agonia

O chefe com rosto amarrotado

O coletivo fedorento atrasado

E o povo todo amontoado

É a procissão dos desvalidos

Eu acho que a vida me guarda um consolo

Vai ter outra pelada, sábado

No alto do morro.

"Uma homenagem a este povo brasileiro que diante da luta diaria consegue achar forças pra alegria da vida"

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 02/09/2009
Reeditado em 02/09/2009
Código do texto: T1787708
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