Abrigo
Se minh’ alma escurece
Em tristeza e amargura...
Sem crer eu faço uma prece
Por minh’ alma que padece
Nesta noite tão escura...
No véu da noite me enrolo
Meus passos em torno ecoam.
Sem firmeza, piso este solo,
À procura de um consolo
Entre os que a noite povoam...
O fado é acolhedora morada
De uma alma apaixonada
De um coração sofredor.
O Fado é lar, doce e antigo
De todo o poeta o abrigo
Pra cantar coisas do amor...
Procuro a panacéia
Pras minhas dores mitigar
Encontro-a durante a ceia
Nesta noite escura e feia
Na voz da fadista a cantar...
Chorava a guitarra, chorava,
O drama daquela mulher...
Que um fado triste cantava
Em pungentes rimas narrava
O fim de um amor qualquer...
O fado é acolhedora morada
Para a alma apaixonada
Para o coração sofredor.
O Fado é lar, doce e antigo
De todo o poeta o abrigo
Pra cantar coisas do amor...
O fado é uma bela morada
Para a alma atormentada
Para o coração sofredor.
O Fado é o ombro amigo
De todo o poeta o abrigo
Ai! Pra chorar mágoas de amor!