Romance

Não há poesia na alegria

Não há poesia na melancolia

Não há poesia no espírito.

Há poesia está na matéria

Mortal e finita

Perecível e corrupta

Que morre a cada dia

Dois de dezembro

De um ano qualquer...

Não há poesia na flor

Nem no perfume

Não há dor nem êxtase

No espinho

Inocente e culpado

Que fere a matéria

A cada dia

Dois de dezembro

De um ano qualquer...

Não há sabor no gosto

Nem no mau gosto

Em nenhum dos seus gumes

Razão e loucura

Canto e silêncio

De um fôlego de vida

Morto qualquer...

Não há poesia! Não há poesia!

No dia dois de dezembro

Nem morte nem vida

Só labirinto...

Escuro, tão claro!

Na multidão...

Autosegregado em segredo

No amor, na solidão.

Na poesia! Sem poesia!

No âmago do meu,

Do meu “EU”.

Minhas linhas

Meus versos e remédios

Pseudo-sentimento

Atribuído o sentir

Ao órgão! “Coração”

Um labirinto...

Escuro, tão claro!

Preso na carne

Livre na multidão...

Em segredo segregado

Sem culpa com culpa

Na poesia, sem poesia!

De um romance

Honesto e corrupto

Livre e preso

Na solidão.

Site Franklin Mano
Enviado por Site Franklin Mano em 27/07/2009
Código do texto: T1721287
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