ADEUS SOLIDÃO

O dia amanheceu cinzento e frio

que fazia dó.

A minha alma estava triste

e eu estava só.

Contrariado caminhei a passos lentos,

eu não tinha pressa.

Ensimesmado e só.

Com uma mão no bolso,

a outra alisava o peito,

carente e só

No bolso só dez reais,

no peito incontidos ais.

Daí eu escutei ao longe

o som de um tamborim

um pandeiro bem marcado

e acordes de um violão.

E os meus passos lentos

se tornaram apressados

como as batidas

no meu coração.

Quando eu vi tinha chegado

a uma escola de samba.

Agora, “inturmado”

e nada contrariado,

eu muito bamba

sambei como nunca,

tomei muito chope.

Abracei a morena.

A tarde ficou serena.

Eu já não estava só.

E lá se foram os meus ais

e os meus dez reais.