AMANHÃ...
Amanhã se partirá logo cedo,
Quando o passaredo cantar,
Se vai embora desta residência
Por teimosia e insistência
Sem momento de volta marcar...
Se percebeu que não adianta
Ao alguém que se ama
Fazer-lhe serenata,
Pelo fato de se ver trocado
Por outro de seu agrado
Que de amor muito bém lhe trata
Em calientes abraços...
Se vai deixar o carro preparado,
Quando estiver madrugado
Mais fácil de se ir será,
Se vai sair sem se fazer barulho,
Já basta, pois que, o orgulho
Que ferido, muito se está...
Óhh, residência, que acolheu
Um ser desde quando nasceu,
Se vai embora porque não se aguenta
Tanta injúria e desfeita
De se ver quem se ama
Com outro, na boa, se casar...
Lá, bém longe na distância
Se terá vaga lembrança
Por quem de si se lembrar,
Se lembrará dos velhos amigos
Que dividiram consigo,
Alegrias e tristezas tais...
Só de algo se vai fazer questão
De se esquecer para sempre, se der,
E daquela que enganou, dizendo,
Sem querer ou se querendo
Ser mulher única de alguém
E que outro à bém de si teve...