Aqui jaz um poeta que amou.

Aquela caneta no museu

Poucos sabem que foi eu

Que a empunhou por tantos anos

Que com ela escreveu chorando

Mas todas as vezes amando

Tentando driblar o desengano.

É uma caneta de prata

Bonita mas bem pacata

E nada de tão precioso

Nas mãos de um poeta nato

Que morreu no anonimato

De um verso harmonioso.

Que só falava de carinho

De uma flor e muito espinho

Mas com perfume sem igual

Creio que foi ai que eu errei

Quando eu humilde poeta tentei

Aninha-la num bonito pedestal.

Descobri que de amor pouco entendo

Mas por DEUS eu só me arrependo

Por ter escrevido tão pouco

E aqui jáz um poeta que amou

E um jardim de rosas cultivou

E nunca teve nada de louco.

E nessa ultima poesia fica

O que a existencia não explica

Sobre uma delicada e suave beleza

Quem sabe lá na eternidade

Numa dimensão de maior lealdade

Eu consiga entender com clareza.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 06/06/2009
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